quinta-feira, agosto 27, 2009

Tentativa de fazer literatura - pt. 1

- Destino? – arqueou uma sobrancelha, aquele sorriso torto infalível – Não acredito muito em destino.
O olhar fixo no dela, que não se mexeu.
- Você não é nada romântico – revirando os olhos de brincadeira. – Se fosse só um pouquinho, ia me fazer acreditar que foi destino essa chuva cair justo agora e ilhar a gente aqui.
- Por outro lado, eu podia aproveitar esses minutos pra te convencer a voltar aqui mais vezes. Então não seria destino, mas aproveitar uma oportunidade de ter o que eu quero.
- E o que você quer?
Um silêncio quase desconfortável, um ar de quem ouvia cantadas óbvias e vazias.
- Jogar sinuca com você.
Sorriu.
Sorriram.
- Tem uma mesa de sinuca aqui no Diretório Acadêmico. Até deixo você escolher: mata-mata ou as numeradas.
- E você é bom? – os olhos brilhando ao pensar no jogo que acabara de começar.
- Eu acerto mais do que erro.
- Ué, não confia no próprio taco?
- E você? É boa?
Ignorando o double entendre, respondeu com o mesmo sorriso torto dele e acenou com a cabeça em direção à mesa.
- Numeradas. E eu gosto de ser as ímpares.

(to be continued...)

terça-feira, agosto 25, 2009

Mea culpa...

Sim, já "gostei" de alguém da internet.

Sei que falta detalhes pra isso fazer sentido pra alguém que não seja nós dois, mas ficou bonitinho e queria publicar . ;)
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An ocean to bother
And songs to remember
One another

I fear speaking
Feeling
And dreaming awake.

You're more me
Than I could be.
I'd love to love you
(When eventually we meet)

We'd date in many languages
And my favorite'd be
that which we don't speak.

Don't matter, mon petit,
Everything will be ok

Just trust in those God's funny plans.
06/2007
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Adivinha em que país ele mora....
;)

Mas deixa isso entre nós, tá!?

sábado, agosto 15, 2009

Sabe...

Um assunto recorrente nas minhas rodas de amigos tem sido "paixão".
Começou quando uma amiga fez uma merda enorme e, quando eu fui conversar com ela, ouço: "Sabe quando você está apaixonada por alguém e, pra você, aquilo é tudo? É o seu mundo? Não tem nada mais importante que aquilo?"
Claro que não pude dizer que não.

Mais recentemente, meus dois companheiros de dinner out falaram de paixão, também, e sobre como é bom estar apaixonado.

Ontem eu senti uma vontade imensa de chorar quando me despedi de um moço, que não sei quando vou ver de novo.

Quero falar disso.
Não sinto por ele o que minha amiga (by the way, ela tem 14 anos) descreveu. Já senti muuuuito isso, agora não.
O que eu senti foi diferente. Foi mais calmo. Foi meio cozy.
Pode ser besteira pensar o tipo de coisas que eu penso, do jeito que eu penso, mas de repente é a minha mentalidade que falta nos relacionamentos atuais. Tem muita coisa que acontece antes de "pegação", e às vezes são muito melhores.

Conversar, tomar café, rir, andar pela Paulista, se perder no caminho, rir, pensar no futuro, rir...

Penso que ficar apaixonado é uma questão de, inconscientemente, se manter feliz. Porque a gente se sente apaixonado por quem nos deixa à vontade e nos faz sentir bem, não é?
Acho que é autopreservação, da parte das nossas serotoninas. Não há chocolate que baste quando você tem alguém com quem conversar sobre coisas importantíssimas, do tipo "É verdade, eu também prefiro o frio. As roupas são mais bonitas." ou ainda "Não lembro a cor do seu vestido, era azul ou roxo?"

Andei pensando que algumas pessoas might estar certas quando dizem "Você é devagar, devia ter dado uns pegas nele". E também pensei que EU might be right em não ter tentado acelerar nada e ter mantido as coisas na amizade.

Ando sentimental demais, não escrevi o que eu planejei escrever e escrevi demais e também, possivelmente, ainda não me apaixonei properly.

Post super abstração, não re-li, não revisei, mas ah...
Deixa isso entre nós, tá!?

~Não jogue chiclete no chão.

quinta-feira, agosto 06, 2009

Qual o problema...

... com finais felizes?

Li outro dia (e isso me deixou pensativa) que os GRANDES escritores sempre escrevem finais trágicos. Vide Eça de Queirós e Machado de Assis.

Permitem-me um momento de "viagem"? (Bom, o blog é meu, então presumo que SIM!)
Hoje eu disse "Como você é pessimista!" e a resposta foi: "Não, sou realista!", numa situação em que o bom desenvolvimento só dependia de confiança e esperança. É pedir demais uma atitude do tipo "Eu sei que vai dar tudo certo, eu confio em você."?
Não acho que seja.
Acho que dá muito mais trabalho se manter numa situação amébica de "Nem adianta, já sei como isso acaba."
Eu acho, pessoalmente, na minha opinião, que se você não tem esperanças, pode deitar segurando duas velas e espera ^^. Uma hora você morre! ♥

Back to the grandious pessimismo literário.
Ok, a vida não dá sempre certo.
Ok, as pessoas nem sempre são boas.
Ok, nem sempre os finais são felizes.
But so what?

As pessoas se divertem com o meu "gosto duvidoso", do tipo "Doce Tentação", "Sabor de Sedução", "11 Minutos (SIM, EU GOSTO DO PAULO COELHO (esse livro!))" e "Céu de Tango", mas o fato é que eu sei o que acontece no final. É previsível! Mas é de me remexer na cadeira enquanto eu não ler que o mocinho e a mocinha Viveram felizes para sempre...
Penso, no começo dos meus 20's, que se não é feliz, não chegou no final. Parece frase feita e parece fácil de falar, mas é uma mais sincera opinião.

O que me prende, num livro, são os momentos LINDOS entre os personagens, quase como num conto de fadas em Nova York/Londres/Milão/Higienópolis, e depois o jeito como as coisas caminham lá pra ruína, naquele momento em que você pensa "Fudeu, ele vai ficar com outra vagabunda e ela vai dar pro primeiro babaca que chamá-la pra sair", e em seguida os dois se encontram, se olham, aquele olhar diz tudo (só que é sempre no final do livro, quando eu já tô quase entrando em depressão!!!) e o resto você já sabe... (Bom, a vida imita arte. Pena que muitos desistem antes de renascer das cinzas.)

O bello, em literatura não-clássica, é saber que apesar das maldades dos vilões, do pessimismo ao nosso redor (na vida de verdade), as tragédias da vida moderna e da nossa falta de paciência em olhar pro lado (e talvez fazer um história interessante), os finais são felizes.
Nos meus livros, as pessoas declaram seu amor, casam, têm filhos, ficam juntas, (várias opções...) mas o principal:

Tem aquela cena que você quase jura ter saído do último capítulo da novela das 8, em que os dois se encontram.... se olham... se beijam... dizem frases lindas... se beijam [denovo]... fade com música romântica surge na minha cabeça...

E fico aqui pensando... Querer um final feliz pra mim também é ser ingênua, inocente ou otimista? Porque ser "realista", Deus me livre!, e largar os meus livros, nunquinha também.

Vocês, querem o quê??

;)

Não jogue lixo no chão, promete?